Nos últimos meses, o Brasil tem visto uma série de programas no mundo para incentivar a aquisição de carros elétricos e híbridos, focando tanto na preservação ambiental quanto na saúde pública, como o recém sancionado Programa Mover. Embora os carros sejam o meio de transporte preferido dos brasileiros, os modelos elétricos ainda enfrentam obstáculos para conquistar lugar no coração da maioria.
Apesar de um aumento de 146% nas vendas de carros elétricos e híbridos nos primeiros seis meses de 2024, conforme dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), muitos brasileiros ainda não consideram esses carros uma boa opção devido aos preços elevados e à falta de infraestrutura de carregamento.
Segundo pesquisa realizada pela Brain Inteligência Estratégica, 50% dos brasileiros usam o carro próprio como principal meio de locomoção durante a semana, e 61% fazem o mesmo nos finais de semana. Ter um veículo é uma condição considerada muito importante por 51% dos entrevistados, com esse número aumentando para 65% entre aqueles na faixa etária de 65 a 71 anos.
Quando questionados sobre a relevância dos carros elétricos para a preservação ambiental, 44% dos brasileiros reconhecem sua importância e o percentual aumenta para 47% entre os jovens de 21 a 34 anos. No entanto, a porcentagem não se reflete quando falamos em intenção de compra: apenas 2% dos entrevistados têm um carro elétrico, mas, entre esses, 55% não estariam dispostos a pagar uma taxa extra para a instalação de pontos de recarga em seus condomínios residenciais.
Por que brasileiros ainda não querem comprar carros elétricos?
A pesquisa revela que 56% dos brasileiros não têm interesse em adquirir um carro elétrico, mas, quanto ao futuro, 87% dos entrevistados acreditam que a demanda por pontos de carregamento deve aumentar nos próximos anos. Isso sugere que, com a infraestrutura adequada e políticas de incentivo robustas, a adoção de carros elétricos pode se tornar mais atraente.
Um dos pontos fortes dos carros elétricos é a eficiência energética. Os motores elétricos utilizam quase toda a energia recebida, em contraste com os motores a combustão, que têm um aproveitamento de apenas 30% a 40%. Tal diferencial técnico, aliado a mais pontos de recarga disponíveis para motoristas utilizarem, pode ser um fator que impulsione mais a compra de veículos elétricos no Brasil.
Por isso, os brasileiros estão, sim, cientes da importância dos carros elétricos para o meio ambiente, mas transição dos modelos à combustão para os eletrificados no Brasil exige um esforço conjunto para maior infraestrutura e preços mais íveis para a maioria da população.
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